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A história nos mostra que a preocupação com a estrutura do ensino público é bem antiga. As épocas político-econômicas influenciaram diretamente os pensamentos educativos, como por exemplo o silêncio forçado na época da ditadura militar. Hoje na democracia, há muitos questionamentos, pesquisas e estudos sobre uma educação formadora, crítica e construída por todos. No entanto é imprescindível que se estabeleçam diferenças entre e a educação pública e a privada, os objetivos de cada uma. Fica a cargo da mantenedora dirigir o trabalho administrativo e pedagógico, aí entram interesses políticos e econômicos que não podem ser ignorados. Ainda há instituições religiosas educacionais muito tradicionais em nossa sociedade conhecidas pela excelente formação oferecida a seus alunos. Grandes programas de conteúdos, avaliação com conceitos numéricos, escala de valores, premiações e punições, tudo o que muitos pais que podem financeiramente, querem para seus filhos “uma escola forte”., estes compreendem a ponta da pirâmide. Na classe média baixa ou baixa há os pais que valorizam a educação, sabem da importância de uma escola de qualidade, no entanto não conseguem arcar com as despesas da escola privada, que elitiza não só pelas mensalidades, mas por toda questão social vivenciada neste espaço. Estes procuram oferecer mais recursos paralelos a seus filhos, acreditando complementar a educação escolar. Por último, a grande maioria da população que só têm na escola pública sua oportunidade de formação.
Sou professora de escola pública de duas redes municipais, reconheço o valor de muitos de profissionais, propostas muito interessantes de participação, inclusão social, novos paradigmas em educação, investimento em tecnologias. Mas ainda é gritante a disparidade entre investimento público e particular.
Presenciamos na mídia inúmeras pesquisas realizadas querendo provar que o ensino público está quebrado. Avaliam o desenvolvimento de vários níveis, e os resultados realmente são desanimadores. O ponto fundamental é o investimento de recursos financeiros na educação. Os dados são assustadores, em artigo publicado pela Revista Nova Escola, nov/2006; Luis Carlos de Menezes escreve sobre isso, comparando dados do Brasil com países desenvolvidos, mapeando educação/desenvolvimento econômico vemos que não estamos avançando.
O reflexo de uma sociedade que não investe em educação é que com certeza gastará mais com programas sociais, segurança, frutos de uma falta de base. Assim como saúde pública inteligente investe em prevenção de doenças, em educação, o enfoque dos recursos, das metodologias deve ser a formação do cidadão e para isso é preciso planejamento, vontade política e capital.